segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Reconstituição em 2D da Sé do Porto segundo traçado tardo-românico, século XII

Planta da Sé do Porto

Fachada principal da Sé do Porto

Alçado lateral da Sé do Porto

A - Corte lateral do transepto da Sé do Porto
B - Corte lateral da nave central da Sé do Porto

A - Corte frontal da ábside
B - Corte frontal da nave com o transepto

sábado, 12 de junho de 2010

Reconstituição do projecto original do Hospital Geral de Santo António segundo John Carr (1877)

Planta do edifício
Alçados

Planta em cruz grega e alçado da capela do edifício
Alçados
Nota: Segundo o método Cripto -História da Arte

Hospital Geral de Santo António em 3D (ambiente nocturno)

Pormenor central da fachada principal do Hospital

Vista do alçado interior do edifício e respectivo pátio

Pormenor do entablamento e telhado do edifício

Hospital de Santo António em 3D

Pormenor central da fachada principal do Hospital de Santo António

Vista da fachada principal do Hospital de Santo António

Vista da fachada interior do Hospital que dá acesso a um pátio

Pormenor superior do edifício (entablamento e telhado) onde é possível visualizar a estrutura da planta em U.

Enquadramento histórico do Hospital Geral de Santo António, Porto, Sec.XIX

Num contexto histórico, social, cultural e estético do fim do século, o Hospital Geral de Santo António foi um dos grandes marcos do Neoclassicismo no nosso país. Época de retoma da cultura clássica na Europa Ocidental, este movimento artístico surgiu como reacção ao Barroco. Com o principio de que a Era Clássica deveria ser adaptada à realidade moderna, propunha a discussão dos valores clássicos em contraposição ao classicismo renascentista que replicava elementos antigos sem critérios considerados concisos. Arquitectos formados num clima cultural de racionalismos iluministas e educados no entusiasmo pragmático da civilização clássica cada vez mais conhecida (devido ás constantes viagens ao longo da Europa proporcionadas por uma sociedade com um vasto poder económico, e estudada através dos progressos arqueológicos) fizeram uma arquitectura com características muito próprias.

Utilizavam materiais nobres como a pedra, o mármore, o granito e a madeira trabalhados com processos técnicos avançados e sistemas construtivos simples. Os esquemas eram mais complexos com linhas ortogonais mas com formas simétricas, geométricas e regulares. de volumes maciços, bem definidos por planos murais lisos, empregavam abóbadas de berço, cúpulas, pórticos colunados, entablamentos lisos, frontões triangulares e os espaços interiores eram organizados segundo critérios geométricos formais. Exteriormente estes edifícios ainda tinham uma decoração bastante estrutural. É neste enquadramento estilístico que surge o Hospital Geral de Santo António no Porto com o lançamento da primeira pedra a 15 de Junho de 1770 e recebeu os primeiros doentes a 14 de Agosto de 1795. O projecto inicial, encomendado ao inglês John Carr (1723-1807) nunca foi terminado, mas o projecto inicial encontra-se neste blog em 2D. Originalmente esta construção era grandiosa nas suas proporções, pois constava de quatro fachadas quadrigulares com capela no centro, mas a falta de recursos da Misericórdia do Porto reduziu as aspirações do seu projectista e acabou por dar como fanalizada quando esta tinha a forma de um U e não de quadrado como tinha sido inicialmente projectada.

Simbolo do apogeu neoclássico da cidade do Porto, este edificio, é representativo da forte presença inglesa e do estilo neopalladiano e em 1824, grande parte deste edificio ficou concluido no entanto em 1950 faltava-lhe ainda uma quarta fachada e que nunca chegou a ser construída. Dentro da corrente artística que ocorreu durante a segunda metade do século XVIII e primeiro uartel do século XIX, o Hospital Geral de Santo António, remete para uma linguagem simples, simétrica e geométrica. A fachada principal, com 177 metros de largura é composta por cinco planos diferentes. O primeiro andar com aparelho rusticado, rasgado por janelas e portas em arco; corpo central antecedido por um pórtico de cinco arcos redondos sobre o qual se encontra uma varanda balaustrada que sustenta o entablamento rematado por um frontão triangular. O segundo andar tem janelas encimadas por frontões triangulares. O terceiro andar designado por "mezzanino", é ligeiramente mais recuado em relação ao segundo andar.

O processo de modelação deste edificio num plano virtual teve início com a recriação desta estrutura em 2D, utilizando para tal efeito, medidas (em altura) facilitadas pela "Porto Digital" no âmbito do concurso "O Porto em 3D". Sendo que estes dados não eram sufucientes a deslocação in loco tornou-se inevitável. Durante este decurso in loco foram elaborados desenhos, que mais tarde serviram de auxílio. Tiraram-se ainda diversas fotografias, tanto de detalhes como ao enquadrmanto geográfico. Mais tarde essas mesmas fotografias serviram para aplicar "mapas" nas diferentes áreas do edificio. A parte da animação foi elaborada através do programa informático AutoDesk Viz e contou com a colaboração do Paulo Pacheco.

Bibliografia
Anacleto, Regina (1990) História da Arte em Portugal - neoclassicismo e romantismo Vol.X. Lisboa: Publicações Alfa
Pereira, Paulo (1995) História da Arte Portuguesa. Vol.III. Lisboa: Circulo de Leitores

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Igreja de Santo Ildefonso em 3D

Vista da Fachada Principal da Igreja de Santo Ildefonso

Vista da lateral e traseiras da igreja e de dependências anexas

Pormenor das torres sineiras da igreja de Santo Ildefonso

Enquadramento histórico do Mosteiro de Santo Estêvão de Vilela, Paredes, Sec.XII

Conforme um documento existente no Arquivo Distrital do Porto, a fundação e a construção deste mosteiro surge na sequência de uma doação feita por Dona Vivili, seu esposo Fromarigu Espasandiz e respectivos herdeiros em 1018 aos cónegos locais. A importância deste mosteiro aumenta, como demonstra outro documento disponível no Cartório do Mosteiro de Paços de Sousa, datado de 1123, em que D. Afonso VI de leão pede auxilio dos monges moradores neste mosteiro para a conquista de Toledo. Este último documento demonstra que na data referido, não só este mosteiro estava em pleno funcionamento, como toda a estrutura arquitectónica necessária para a vivência destes religiosos estava já construída. A falta de informação provoca varias lacunas temporais mas, segundo um manuscrito onde estão registadas algumas missas anuais, comprova-se que este mosteiro esteve durante esses anos em actividade religiosa.

Algumas sentenças e doações registadas em cartório entre 5 de Dezembro de 1390 e 19 de Abril de 1598 dão a conhecer atitudes tomadas por parte dos monges na administração de terrenos que pertenciam ao mosteiro na freguesia de Vilela. Na pouca bibliografia existente sobre este mosteiro é possível encontrar registos demonstrativos de um Regime Comendatário entre os anos 1500 e 1590 com a morte do último comendatário. Uma sentença, datada de 1 de Agosto de 1679, comprova a anexação in perpetuum do Mosteiro de Santo Estêvão de Vilela ao Mosteiro da Serra do Salvador em Vila Nova de Gaia ocorrida entre os anos 1611 e 1612. Esta agregação foi facilitada pois ambos os mosteiros eram habitados por monges da mesma ordem religiosa. Segundo uma outra sentença datada de 21 de Agosto de 1751, contra Manuel da Costa e sua mulher, levantada pelos monges unidos in perpetuum ao mosteiro do Salvador da Serra de Vila Nova de Gaia, a destruição do Mosteiro de Santo Estêvão de Vilela ocorreu entre 1749 e 1750.

A distribuição espacial da igreja do Mosteiro de Santo Estêvão de Vilela era incomum, tendo em conta a sua função de albergar religiosos de ordens masculinas, pois, a porta principal ficaria virada, para o adro principal do mosteiro que se situava lateralmente como afirma António Nogueira Gonçalves (1980, pp.2-3). Esta organização espacial era frequente e exclusiva dos mosteiros femininos pois o local ocupado pela porta principal, a nascente, encontraria-se o coro baixo que permitia ás religiosas assistir ás missas. Assim sendo existia a necessidade de transferir a porta principal para a fachada lateral com o intuito de facultar o acesso ao edifício pelos comuns. Os motivos que levaram a esta mudança são uma incógnita mas a disposição geográfica actual do mosteiro, é diferente da organização espacial na época medieval. Para proceder ao ensaio reconstrutivo do desaparecido Mosteiro medieval de Santo Estêvão de Vilela, a pesquisa foi baseada em exemplares do círculo românico na zona do Douro, ocupados pelos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho na época medieval sendo estes planeados de acordo com os desenhos apresentados nos Boletins da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), respectivos de cada complexo arquitectónico, em como, de levantamento in loco.

Bibliografia
Gonçalves, António Nogueira (1939) A destruída igreja medieval do Mosteiro de Vilela. Separata da Lúmen. Fasc.5, ano III, Lisboa: União gráfica
Gonçalves, António Nogueira (1980) Estudos de história da arte medieval. Coimbra: Edições portuguesas de arte e turismo
Documentação de Arquivo
Arquivo Distrital do Porto:
A.D.P. Fundos Monásticos do Mosteiro de Santo Estêvão de Vilela: fundações e regulamentações, títulos da fundação e inserção canónica. doc.1
A.D.P. Fundos Monásticos do Convento de Santo Agostinho da Serra em Vila Nova de Gaia: obras canónicas dissertações jurídicas sobre as capelas e legados dos Conventos de Santo Agostinho da Serra e de Santo Estêvão de Vilela.
Cartório de Paços de Sousa:
C.M.P.S. Livro de Doações. Col.II, fol.41